Via de Sinalização do Autismo
O transtorno do espectro autista
(TEA), um grupo de transtornos do desenvolvimento precoce, é caracterizado por
disfunção das habilidades sociais, comprometimento da linguagem e comunicação,
comportamentos repetitivos e padrões restritos de interesse. Crianças com TEA
frequentemente apresentam sintomas concomitantes, incluindo discinesia
(hipotonia, bradicinesia), distúrbios do sono, problemas gastrointestinais,
ansiedade, infecções crônicas e epilepsia. Em adolescentes e adultos, a
proporção de sintomas depressivos é maior. O TEA é considerado um transtorno do
"espectro" devido à extensa variação nos tipos e na gravidade dos
sintomas em indivíduos diagnosticados. Há uma diferença proeminente entre os
sexos no diagnóstico de TEA, com prevalência estimada em 2,8% em homens e 0,65%
em mulheres (1, 2).
O TEA é
considerado o resultado de interações complexas entre fatores genéticos,
ambientais e imunológicos. A estrutura genética do TEA é extremamente complexa.
Aproximadamente 600 a 1200 genes foram identificados como associados ao
autismo. Pelo menos 5% dos casos de TEA são causados por polimorfismos de
nucleotídeo único em genes como NLGs, NRXN1, MECP2, SHANK3, FMR1, TSC1/2 e
UBE3A. Além disso, mutações raras de novo em CHD8 e SCN1A foram identificadas,
com fortes evidências de sua associação com o TEA (2).
Além da
regulação negativa de genes relacionados às sinapses, genes relacionados à
micróglia e ao sistema imunológico apresentam regulação positiva nos cérebros
de pacientes autistas. Correlações entre astrócitos, ativação microglial,
neuroinflamação causada pela microbiota intestinal e disfunção imunológica em
pacientes com TEA podem indicar outros mecanismos patológicos. Micróglia e
astrócitos reativos liberam uma cascata de citocinas e quimiocinas, que podem
levar à inflamação crônica no tecido cerebral. A ativação microglial pode,
então, resultar em perda de conexões ou hipoconectividade (3, 4).
Referências:
1. Baranova J, et al. Cell Mol
Neurobiol. 2021;41(4):619–649.
2. Jiang CC, et al. Signal
Transduct Target Ther. 2022;7(1):229.
3. Rodriguez JI, Kern JK. Neuron
Glia Biol. 2011;7(2–4):205–213.
4. Matta SM, et al. Brain Behav
Immun. 2019;79:75–90.
Comentários
Postar um comentário