NIACINA (Vitamina B3)

 Principais Características

• É uma vitamina hidrossolúvel.

• A deficiência de niacina é denominada pelagra. A pelagra é caracterizada por dermatites, estomatites, diarreias e, no sistema nervoso central (SNC): cefaleias, depressão e lapsos de memória. Porém, vale destacar que alguns autores mencionam que a pelagra deve ser considerada como decorrência de niacina e triptofano.

• O aminoácido triptofano é precursor da niacina, porém esta reação é dependente de vitaminas B1, B2, B6, ferro, cobre e de bactérias intestinais.

• A nicotinamida funciona no organismo após a sua conversão em nicotinamida adenina-dinucleotídeo (NAD) ou nicotinamidaadenina- dinucleotídeos fosfato (NADP). NAD e NADP podem estar na forma oxidada ou reduzida e atuam no fornecimento de energia para a célula por meio de ações de oxido-redução e metabolismo de carboidratos.

• A utilização de NAD ocorre no metabolismo gerador de energia, mas também em resposta ao dano oxidativo do DNA. Tem também papel indispensável nas reações de oxido redução envolvido no catabolismo glicose, ácidos graxos, aminoácidos e cetonas corporais.

• Participa no funcionamento apropriado de mais de 200 enzimas metabólicas, portanto atua em uma ampla gama de processos orgânicos, inclusive síntese de hormônios e de células sanguíneas.

Principais Funções e Mecanismos de Ação

• Produção de energia: A niacina participa de reações de oxido-redução no ciclo de Krebs e portanto, está envolvida na produção de energia a partir de carboidratos.

• Ação antioxidante e enzimática: A niacina inibe a formação de radicais livres e age prevenindo a depleção de NAD, durante o reparo de DNA, além disso participa da fosforilação de reações, como a glutationa peroxidase, potente enzima antioxidante.

• Ação antiinflamatória: A niacina participa de reações de quimiotaxia dos neutrófilos e reduz a indução de óxido nítrico sintase mediada por citocinas nas células, diminuindo a inflamação.

• Ação na redução das Dislipidemias e na proteção cardiovascular: A niacina reduz LDL-colesterol e triglicerídeos e aumenta HDL-colesterol – quando em doses elevadas – além de reduzir a taxa de recorrência de ataques cardíacos.

• Prevenção do Diabetes tipo I: Demonstra ação na prevenção da destruição das células beta pancreáticas após exposição a espécies reativas de oxigênio e ainda atua em conjunto ao cromo na melhoria da tolerância a glicose.

• Ação na remissão da Artrite: A niacinamida é um nutriente essencial para terapia da artrite, devido a redução de citocinas inflamatórias.

• Ação no tratamento de distúrbios psiquiátricos e esquizofrenia: Um estudo demonstrou que a niacinamida produziu um efeito anti-ansiedade equivalente a um benzodiazepínico, atuando como um estimulante para receptores GABA.

Biodisponibilidade

• A nicotinamida nucleotídeos presentes no lúmen intestinal sofrem hidrólise para nicotinamida livre. Tanto o ácido nicotínico quanto a nicotinamida são absorvidos no intestino delgado por um processo dependente de sódio, saturável. Em concentrações muito altas, não fisiológicas, pode ocorrer também uma absorção significante por difusão passiva.

• Indivíduos que possuem uma mucosa intestinal com problemas ocorrerão dificuldades captação de B3 intestinal, já que as bactérias intestinais possuem alta atividade de aminase da nicotinamida.

Possíveis interações

• Algumas drogas como izoniazida, antibióticos e medicamentos que contém estrógeno podem depletar a niacina.

• Drogas antiepilépticas como o Diazepan, podem ter seu efeito anticonvulsivante potencializado.

Interação entre Nutrientes

• Para garantir bons efeitos da vitamina B3 na forma de suplementação, esta deve ser administrada juntamente com outras vitaminas do complexo B, já que apresentam um envolvimento em diversas atividades bioquímicas.

Evidências científicas quanto a eficiência da suplementação

• A niacina foi estudada por seus efeitos benéficos cardíacos em numerosos ensaios clínicos. As determinações cardiovasculares primárias, como os níveis de colesterol e de triglicérides, os infartos do miocárdio e os acidentes vasculares cerebrais (AVC), são todas significativamente reduzidas pela terapia com niacina (algumas vezes de forma isolada e outras vezes associada à outras substâncias).

• Em alguns ensaios clínicos, constatou-se que o ácido nicotínico consistentemente reduz os níveis séricos de colesterol total e LDL – colesterol em aproximadamente 15 a 20% e os triglicérides em 10 a 25%, enquanto os níveis de HDL – colesterol aumentaram 15 a 25%. Porém as doses utilizadas são muito altas, aumentando o risco de danos ao organismo.

• Niacinamida ou nicotinamida, é o ativo amido biologicamente ativo da vitamina B3. Além de sua atividade antioxidante, também se demonstrou ter ação antiinflamatória, despigmentante e propriedades imunomoduladoras. O uso da niacinamida mostrou melhorar a textura e o tom da pele, redução de linhas finas, rugas e hiperpigmentação. A niacinamida tópica é bem tolerada e pode ser achada em vários produtos comercializados para os cuidados com a pele.

Riscos de super dosagens

• Um estudo mencionou que os principais efeitos colaterais da niacina ocorrem quando são usadas megadoses (≥ 1 g/ dia). São observados sintomas como: desconforto abdominal, náuseas, flatulência e vômitos, vasodilatação (que causa cefaleia, ardência, comichão, ruborização facial, fadiga, problemas gastrointestinais, hepatopatia) e, possivelmente, redução na tolerância à glicose. Também são descritas, em alguns pacientes, alterações degenerativas no músculo quando a niacina é usada em combinação com estatina. O tratamento prolongado com alta dosagem de ácido nicotínico poderia agravar o quadro de hiperuricemia (aumento do ácido úrico plasmático).

• O uso concomitante da niacina com radioterapia provoca náusea, vômito e disfunção renal e, portanto, é importante monitorar o paciente, sobretudo, aquele com disfunção renal acentuada.

Comentários

Postagens mais visitadas