AFLATOXINAS

      A aflatoxina B1 (AFB1) é uma aflatoxina produzida pelo Aspergillus flavus e A. Parasiticus. A aflatoxina B1 é um contaminante comum em uma variedade de alimentos, incluindo amendoim, farelo de algodão, milho e outros grãos; assim como ração animal. É considerada a aflatoxina mais tóxica e está associada a maior risco de carcinoma hepatocelular (CHC) – câncer de fígado.

A AFB1 é metabolizada pelas enzimas do citocromo-p450 levando a formação do intermediário reativo afb1-8,9-epóxido (AFBO), que pode levar a formação de aductos de DNA (um dos tipos de lesões no DNA) e aumentar o risco de danos hepáticos, podendo levar a cirrose e carcinoma hepatocelular. Os aductos de DNA interagem com as bases de guanina do DNA das células hepáticas e podem levar a mutações, inclusive no gene TP53, um dos nossos principais supressores tumorais, o que contribui para levar ao CHC.

          A principal enzima do citocromo P450 envolvida na desintoxicação de AFB1 é a CYP1A2. Existem variantes genéticas de risco do gene CYP1A2, que levam a maior atividade enzimática, consequentemente maior formação de AFBO, maiores níveis de aductos de DNA e consequente maior de cirrose e de carcinoma hepatocelular. Fumar é um indutor potente do CYP1A2 junto com exercícios extenuantes, o que pode aumentar mais ainda a produção de AFBO e o risco de cirrose e CHC. Vegetais apiáceos, como cenoura, pastinaca, aipo e salsa podem ajudar a inibir o CYP1A2, o que pode equilibrar a atividade da enzima CYP1A2 e ajudar a diminuir o risco de cirrose e CHC.

Referência:

Hamid AS, Tesfamariam IG, Zhang Y, Zhang ZG. Aflatoxin B1-induced hepatocellular carcinoma in developing countries: Geographical distribution, mechanism of action and prevention. Oncol Lett. 2013 Apr;5(4):1087-1092. doi: 10.3892/ol.2013.1169.

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