Cobre

Principais Características

• É um elemento-traço essencial que atua como cofator de muitas enzimas com atividade de oxidação e redução: diamina oxidase DAO, monoamina oxidase MAO, superóxido dismutase SOD, citocromo c-oxidase, lisil oxidase (LOX), ceruloplasmina, entre outras.

• O cobre é um metal de transição essencial para a manutenção de vários processos biológicos, alguns deles importantes para a atividade física, tais como: para o metabolismo energético, para a homeostase de ferro e para os mecanismos de proteção antioxidante.

• Participa de reações oxidativas que promovem a liberação de radicais livres, podendo prejudicar a integridade e a função celular. A atividade física e a dieta são fatores que afetam a homeostase do cobre, podendo interferir na sua capacidade antioxidante.

• É essencial também para mobilização do ferro para a síntese de hemoglobina.

• O cobre é componente de várias enzimas, como as citadas acima, e participa de diversos processos importantes para o organismo, tais como: transporte de elétrons durante a respiração aeróbica, formação do colágeno e elastina, absorção e transporte de ferro necessário para a síntese de hemoglobina.

• Modula a biossíntese e o metabolismo da LDL-C e talvez HDL-C e age como promotor na modificação oxidativo da LDL-C na parede arterial direcionando os leucócitos e formação de células espumosas.

Principais Funções e Mecanismos de Ação

• Produção de melanina: A produção de melanina depende de uma enzima dependente de cobre, a tirosinase.

• Prevenção do envelhecimento precoce e flacidez: A enzima lisil-oxidase, que contém cobre atua permitindo a ligação cruzada entre fibras colágenas, onde essa ligação confere rigidez estrutural e elasticidade.

• Controle de quadros alérgicos: A ação da diamina oxidase (DAO), enzima dependente de cobre, está relacionada com a inativação da histamina.

• Controle do Estresse: A monoamina oxidase (MAO) é um enzima dependente de cobre e é responsável pela neutralização de catecolaminas (epinefrina, dopamina e norepinefrina). Quadros de estresse crônico geram ativação destas catecolaminas e do cobre.

• Prevenção da Anemia Ferropriva: A enzima ceruloplasmina, dependente de cobre, é responsável por catalisar a oxidação de ferro ferroso e tem como papel fazer a transferência de ferro do armazenamento para locais onde ocorre a síntese de hemoglobina).

• Ação Antioxidante: O cobre é um dos minerais responsáveis pela síntese da enzima antioxidante superóxido dismutase (SOD), esta protege o organismo contra o estresse oxidativo.

• Ação sobre a Pressão Arterial: A enzima superóxido dismutase (SOD) é dependente de cobre e pacientes com hipertensão apresentam redução da atividade desta enzima e esta por sua vez participa de processos de diminuição da lesão de artérias e redução de TBARS).

• Ação sobre o Sistema Imunológico: A enzima ceruloplasmina, dependente de cobre, atua como antioxidante e anti-inflamatória. A deficiência de cobre leva à diminuição da função dos linfócitos, neutrófilos, células Natural Killer, produção de citocinas anti-inflamatórias e ativação da NF Kappa B.

• Ação na prevenção da Osteoporose: Tem papel na formação óssea, na mineralização esquelética e na síntese de constituintes da matriz óssea.

Biodisponibilidade

• Na atividade física intensa, há maior utilização de oxigênio, favorecendo a liberação de radicais livres, com danos irreversíveis ao organismo, quando os mecanismos naturais de proteção, incluindo os dependentes de cobre, não são adequadamente estimulados. Uma dieta deficiente em cobre e/ou desequilibrada, tal como uso de suplementação nutricional descontrolada de ácido ascórbico e zinco, comum entre atletas, interfere na absorção e na utilização do cobre, prejudicando sua ação como antioxidante.

• Nos processos químicos, a introdução de acetato, cloreto, sulfato, carbonato, diminuem a Biodisponibilidade de cobre.

• O equilíbrio da concentração de cobre no organismo, também chamada de homeostase, depende de mecanismos complexos de absorção, transporte, captação, distribuição e detoxificação celular, e alguns deles necessitam de outros nutrientes.

• Alguns nutrientes, como ácido ascórbico, ferro e zinco, quando ingeridos em excesso, podem gerar efeitos adversos sobre a homeostase de cobre, e assim prejudicar a manutenção de sua função antioxidante.

• As células hepáticas possuem um mecanismo de controle da adequação da quantidade de cobre intracelular. E a absorção de cobre é, provavelmente, controlada pela quantidade total ingerida.

• O sistema de transporte é ativo saturável quando há baixa concentração de cobre intraluminal, devido à ingestão diminuída. Já o mecanismo de difusão passiva é o principal meio de absorção quando há uma elevada ingestão de cobre dietético.

• A eficiência de absorção de cobre é de, geralmente, 20 a 50%, sendo controlada pela necessidade de cobre do organismo e regulada pela metalotioneína das células intestinais.

Possíveis interações

• Drogas como Zidovudina (AZT) e B-penincilina, causam depleção de cobre e diminuição da sua Biodisponibilidade.

Interação entre Nutrientes

• Zinco: Quando em excesso, prejudica a absorção do cobre.

• Ferro: Pode reduzir a absorção de cobre.

• Vitamina C: Quando em excesso, gera depleção de cobre

Evidências científicas quanto a eficiência da suplementação

• Em um estudo com crianças desnutridas crônicas, foi administrado uma suplementação de polivitamínico (complexo B, vitaminas A e C): 1,5 vez maior que a recomendação; mais uma suplementação de zinco: 2mg/kg/dia; uma suplementação de cobre: 0,2mg/kg/dia; uma suplementação de ácido fólico: 5mg na dose inicial. Neste mesmo estudo, foi administrado para crianças desnutridas de grau leve/moderado, um polivitamínico (vitaminas A, C e do complexo B); e uma suplementação de zinco. Foi observado que as crianças desnutridas tiveram melhora significativa do escore de Peso/Estatura, durante a internação. As crianças acompanhadas neste estudo tiveram manutenção ou melhora significativa do estado nutricional, evidenciando a necessidade do acompanhamento nutricional durante a hospitalização.

Riscos de super dosagens

• Não há muitos relatos de intoxicação por Cu, mas sintomas clássicos de intoxicação são: alterações gastrointestinais, sensação metálica na boca, dor de cabeça, fraqueza e vertigens.

• Caso haja uma intoxicação severa pode gerar hipertensão e danos hepáticos e renais, mas isso só ocorre se há consumo de bebidas com alto teor de cobre por um longo espaço de tempo.

• Tal como o ferro, o cobre é um metal essencial aos seres vivos, mas, também, potencialmente tóxico às células pela facilidade de sofrer mudanças do estado de oxidação na forma de íon livre. Portanto, para que as cobre-proteínas desempenhem suas funções essenciais de forma satisfatória, tais como os antioxidantes, o íon cobre precisa estar presente em concentrações intra e extracelulares adequadas. Tanto a deficiência, quanto o excesso deste mineral podem trazer prejuízos à integridade celular.

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