Dieta e câncer

    Os números são alarmantes: 48 a 50% dos cânceres estão ligados a uma dieta pobre. No entanto, as recomendações oficiais estão em constante evolução, confundindo o que é realmente benéfico e o que pode nos prejudicar. Quais são as armadilhas alimentares a evitar e quais estratégias adotar para se proteger?


    Os 3 grandes culpados: carne vermelha, laticínios e glúten

-Carnes vermelhas e frios: uma ligação estabelecida com o câncer colorretal
A OMS classifica a carne vermelha como "provavelmente cancerígena" e as carnes frias como "comprovadamente cancerígenas".
A causa? Ferro heme, nitritos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs) que promovem inflamação e estresse oxidativo, elementos-chave no desenvolvimento de tumores digestivos.
Alternativa: Escolha proteínas vegetais (grão de bico, lentilha, favas) e peixes, que são ricos em ácidos graxos benéficos.

Produtos lácteos: uma falsa boa ideia?

    Embora o leite seja frequentemente elogiado por seus benefícios nos ossos, ele também contém fatores de crescimento (IGF-1) que podem desempenhar um papel no desenvolvimento de certos tipos de câncer, incluindo câncer de próstata e mama.
Alternativa: Concentre-se em fontes vegetais de cálcio, como amêndoas, sementes de gergelim, couve e sardinha.

Glúten e permeabilidade intestinal: uma ameaça subestimada

    O trigo moderno, que é o resultado de cruzamentos genéticos, é mais rico em glúten e pode aumentar a permeabilidade intestinal. Uma barreira intestinal enfraquecida permite que moléculas pró-inflamatórias entrem na corrente sanguínea e promovam doenças crônicas, incluindo certos tipos de câncer.
Alternativa: Varie suas fontes de carboidratos integrando grãos antigos, como espelta, quinoa ou trigo sarraceno.

Comer melhor para prevenir o câncer

    Então, como a tendência pode ser revertida? A resposta está em uma dieta rica em nutrientes protetores:
-Polifenóis em frutas e vegetais: poderosos antioxidantes que neutralizam os radicais livres.
-Ômega-3: presentes em peixes oleosos e linhaça, reduzem a inflamação.
-Jejum intermitente: uma estratégia que estimula a autofagia, um mecanismo de "limpeza" das células.
-Alimentos fermentados: kefir, iogurte natural. Eles fortalecem a microbiota intestinal e modulam a imunidade.

Referências
-Bouvard V. et al., Carcinogenicidade do consumo de carne vermelha e processada, The Lancet Oncology, 2015
-Melnik BC. Leite - O Promotor de Doenças Ocidentais Crônicas, J Nutr, 2015
-Fasano A. Zonulin, regulação de junções apertadas e doenças autoimunes, Ann N Y Acad Sci, 2012

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