Vitamina C

 Principais Características

• Ficou conhecida pela sua deficiência mais comum, o escorbuto.

• Recebe nomenclaturas como: ácido ascórbico, ácido desidroascorbico ou vitamina anti-escoburto.

• Ambas as formas são ativas metabolicamente no organismo: ascorbato e deidroascorbico.

• É hidrossolúvel, ou seja, solúvel em meio aquoso.

• É absorvida no intestino delgado e atua na corrente sanguínea, atingindo concentrações maiores no córtex supra-renal, hipófise e no pâncreas.

• A vitamina C não é armazenada no organismo, portanto é necessário seu consumo periódico e se consumida em excesso logo é excretada pela urina.

Principais Funções e Mecanismos de Ação

• Ação antioxidante no organismo: atua na eliminação dos radicais livres ou na conservação de alimentos industrializados.

• Atua como cofator ou co-substrato para a síntese de várias enzimas.

• Atua na biossíntese do colágeno, essencial para processos de cicatrização: pela hidroxilação da prolina e lisina.

• Atua na biossíntese de carnitina, utilizada para síntese de ATP.

• Ação na saúde bucal: evitando o aumentando da permeabilidade do sulco gengival facilitando a entrada de substâncias nocivas e causando processo inflamatório.

• Atua nos vasos sanguíneos: é necessária para formação de glicosaminoglicanos que atuam como constituintes da parede dos vasos.

• Ação na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis: ação na conversão de colesterol em ácidos biliares.

• Participa do sistema imunológico: aumenta níveis de IgA, IgM, fração C3 do complemento e interferon estimulando a fagocitose.

Biodisponibilidade

• A absorção da vitamina C ocorre por processo ativo dependente de sódio na membrana da borda em escova na mucosa intestinal, mas também pode ser absorvida pela mucosa bucal mediado por carreadores.

• A absorção da vitamina C é em torno de 80 a 90% do total ingerido por alimentos fontes, sendo assim se consumida a mais que o recomendado seu excesso não absorvido serve como substrato para bactérias intestinais.

• Quando em baixas concentrações no organismo a vitamina C é absorvida de forma rápida e eficaz, aumentando a Biodisponibilidade no organismo e sendo transportada por carreadores. Porém, esse mecanismo torna-se saturado quando a concentração de vitamina C aumenta na mucosa e isso pode explicar o fato que a absorção diminui com o aumento de ingestão.

Possíveis interações

• É importante mencionar que a vitamina C pode ter interação com algumas drogas como antibióticos tetraciclina, contraceptivos orais, aspirinas entre outras, pode ocorrendo nestes casos haver depleção da vitamina.

Interação entre Nutrientes

• Na ingestão elevada de vitamina C pode haver depleção de cobre, por diminuir a absorção intestinal e a absorção excessiva do ferro.

Evidências científicas quanto à eficiência da suplementação

• Comparando as duas formas de administração da vitamina C é importante salientar que não há diferença entre a forma sintética e natural, quanto à Biodisponibilidade.

• A capacidade antioxidante da vitamina C é resultado do seu alto poder redutor, capaz de fornecer íons hidrogênio e elétrons, seja atuando diretamente sobre as espécies reativas de oxigênio, seja regenerando outros compostos de caráter antioxidante presentes na célula, como vitamina E e GSH. Existem evidências de que a vitamina C intracelular pode doar elétrons a uma enzima oxiredutase de membrana, revelando que seu potencial antioxidante pode proteger também a membrana plasmática.

• Durante o processo de destoxificação hepática, ocorre a metabolização de toxinas, gerando radicais livres que precisam ser neutralizadas pelos antioxidantes, no caso da deficiência de Vitamina C, pode ocorrer contaminação por metais pesados e por drogas

• Alguns estudos demonstram que a suplementação de vitamina C pode contribuir para melhorar as funções do sistema imunológico nas células natural killer, antimicrobianas, aumento na proliferação dos linfócitos e na atividade de hipersensibilidade, assim na deficiência de vitamina C, há baixa resistência imunológica.

• Estudos na prevenção do câncer têm demonstrado que a suplementação de vitamina C contribuiu para a melhora na fase terminal da doença, isso por causa da ação do ácido deidroascorbico com a homocisteína, que produz uma substancia tóxica capaz de promover a morte das células cancerosas.

• A suplementação de vitamina C em pacientes que possuem anemia tem demonstrado resultados positivos, pois na deficiência de vitamina C, a Biodisponibilidade do ferro, a absorção e o armazenamento diminuem, ocasionando a depleção dos estoques de ferro pela ferritina. Mas também é importante salientar que a vitamina C associada com vitamina E, ácido fólico, cobre e zinco, aumentou a Biodisponibilidade do ferro, evidenciando a importância da suplementação associada de vitaminas.

• Nas doenças cardiovasculares seu principal efeito na suplementação está ligada a associação de vitamina C e vitamina E pela atividade antioxidante de ambas, assim prevenindo a formação de LDL-oxidada e neutralizando seus efeitos prejudiciais nos vasos; a manutenção do oxido nítrico, esse responsável pela estimulação do relaxamento vascular permitindo o bom fluxo sanguíneo (a vitamina C protege a síntese de NO); na síntese de colágeno, pois na deficiência de vitamina C prejudica a produção de colágeno aumentando o risco da formação de placas aterosclerótica nos vasos.

• A vitamina C é essencial para formação óssea, pois estimula síntese de colágeno, por isso estudos verificaram que a suplementação de 100mg a 500mg/dia, pode auxiliar na prevenção de redução da densidade óssea, mantém a função dos osteoblastos e melhorando a Biodisponibilidade do cálcio, evitando fraturas e osteoporose, principalmente em mulheres na menopausa que fazem reposição hormonal.

• Em indivíduos fumantes a suplementação de vitamina C é essencial, pois nestes indivíduos há contaminação por metais pesados (Cádmio), aumento de estresse oxidativo, e consequentemente maior utilização do sistema imunológico para inativação dos processos inflamatórios e do NF-kappaB.

Riscos de super dosagens

• As evidencias de toxicidade da vitamina C ainda não foram descritas, mas doses superiores a 3g/dia podem causar desconfortos gastrointestinais, diarreia osmótica, excreção de oxalato e formação de cálculos renais (em indivíduos com predisposição) ou doses de 500mg/dia podem interferir na absorção de vitamina B1. Portanto, pessoas com histórico de gota, pedras nos rins ou doenças renais não devem tomar mais que 1g/dia sob acompanhamento. Além disso, pode apresentar efeitos pró-inflamatórios.

Fatores genéticos

O gene GSTT1 é uma enzima que desempenha um papel importante na utilização da vitamina C. Também pode haver deleção deste gene, o que pode resultar em uma diminuição da capacidade de processar a vitamina C e isso significa maior necessidade de vitamina C.

Fontes alimentares 

ALIMENTO  QUANTIDADE DE VITAMINA C EM 100g

Acerola 941,4 mg

Pimentão (amarelo, verde e vermelho) Entre 100 a 200 mg

Mamão Papaia 82,2 mg

Goiaba vermelha 80,6 mg

Mamão Formosa 78,5 mg

Couve manteiga refogada 76,9 mg

Kiwi 70,8 mg

Manga Palmer 65,5 mg

Morango 63,6 mg

Laranja Pera 53,7 mg

Tangerina Poncã 48,8 mg

Brócolis 42 mg

Limão Tahiti 38,2 mg

 Fonte:  Tabela de Composição dos Alimentos (TACO), 2011.


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