Vitamina A
Principais Características:
• Foi denominada Retinol devido
sua ação na retina dos olhos.
• É lipossolúvel, ou seja, é
solúvel em meio gorduroso.
• É considerada como fator
essencial do crescimento.
• Pode ser encontrada na natureza
sob duas formas: pré-formada (retinol, retinal, ácido retinóico) ou como
provitamina (carotenos).
• Trans retinol é a forma mais
ativa.
• É absorvida no intestino.
• É armazenada no fígado e tecido
adiposo, por isso quando há um déficit demora muito para apresentar sintomas de
deficiência e por apresentarem deposito tecidual, podem apresentar
hipervitaminose.
• Do retinol absorvido, 80 a 90% são depositados no fígado na forma de éster retinol. É liberada de acordo com as necessidades, sofre hidrolise e passa a circulação como retinol livre e depois é transportada por uma proteína. O retinol é mobilizado do fígado, por uma enzima dependente de zinco e proteínas.
Principais Funções e Mecanismos
de Ação
• Atua na visão e na integridade
da fotorecepção: É um dos componentes formadores da RODOPSINA e da IODOPSINA – pigmentos
essenciais à visão.
• Atua no crescimento, na
diferenciação celular, na integridade estrutural das membranas e na integridade
funcional dos epitélios: Na presença de Vitamina A as células basais se
diferenciam formando um epitélio espesso e na ausência de Vitamina A as células
não se diferenciam e se queratinizam rapidamente e passam a descamar.
• Atua na reprodução e participa
na diferenciação de células reprodutivas/espermatogênese: Controla a síntese
protéica e as mitoses celulares.
• Atua no crescimento e
desenvolvimento do esqueleto e partes moles: a Vitamina A age estimulando os
osteoclastos, excitando a renovação do osso, de modo que na sua deficiência
predomina a ação dos fibroblastos, podendo haver deformação do osso.
• Atua sobre os dentes: contribui
na formação do esmalte.
• Atua na barreira contra
infecção: o ácido retinóico é necessário para a diferenciação das células
basais em células epiteliais secretoras de muco e também participa da síntese
de linfócitos T.
• Atua no sistema
gastrointestinal: é importante para produção de muco da parede gastrintestinal.
• Possui ação preventiva no desenvolvimento de tumores de bexiga, mama, estomago e pele (estudo em animais) – papel anticancerígeno.
• Possui ação antioxidante: atua promovendo a remoção de radicais livres.
Biodisponibilidade
• Em condições normais, cerca de
70 a 90% do retinol da dieta são absorvidos e, mesmo em altas doses essa
absorção ainda se mantém elevada. Entretanto, a vitamina A pré formada bem como
os carotenoides, são substâncias lipossolúveis e, portanto, dependem da
ingestão concomitante de lipídeos para que sejam adequadamente absorvidos.
• O retinol livre, em
concentrações fisiológicas, é absorvido via difusão facilitada por
transportador ainda não identificado, porém, em concentrações farmacológicas, é
absorvido por difusão simples.
• A absorção de carotenoides é
similar à dos lipídeos. Portanto, o segundo passo no processo da absorção e,
consequentemente, da Biodisponibilidade dos carotenoides, envolve a
incorporação e a liberação destes junto às micelas. Por sua vez, a formação destas
e dependente da presença de lipídeos no intestino.
• As margarinas enriquecidas com
esteróis e a suplementação com pectina alimentar também reduzem a absorção de
beta caroteno. A fibra alimentar presente em vegetais é outro interferente da
Biodisponibilidade de carotenoides e vitamina A, pela sua interação com sais
biliares e lipídeos, resultando em maior excreção fecal de ácidos biliares,
diminuindo, assim, a absorção de lipídios e substâncias lipossolúveis como carotenoides
e o colesterol.
• O consumo de etanol resulta na
depleção da vitamina A hepática em animais e humanos. Considerando que ambos,
retinol e etanol são álcoois, há um potencial para a sobreposição das vias
metabólicas destes dois compostos e para a competição por enzimas similares.
Possíveis interações
• Drogas como colestiramina,
colestipol, neomicina e óleo mineral que sequestram o ácido biliar, podendo
reduzir a absorção da vitamina A.
• Doses elevadas de vitamina A
(maiores que 10.000Ul) mostram aumento da efetividade dos anticoagulantes.
• Há evidencias de alguns
trabalhos científicos que medicamentos que reduzem a absorção de gordura,
também reduzam a absorção de vitamina, já que a mesma depende de lipídeos para
ser absorvida.
Interação entre Nutrientes
• Ferro: Há sugestão de que a
deficiência em Vitamina A prejudica a mobilização do ferro dos estoques e que a
suplementação de Vitamina A aumenta a concentração de hemoglobina.
• Zinco: Zinco é essencial na
síntese de RBP, uma enzima que mobiliza vitamina A do fígado para a circulação.
O Zinco também pode influenciar na conversão de beta caroteno em vitamina A por
meio da retinal redutase, outra enzima dependente deste mineral. Outra questão
importante observada é que o zinco tem participação na síntese de rodopsina,
pigmento fundamental à visão
Evidências científicas quanto à
eficiência da suplementação
• Alguns estudos demonstraram
vantagens com relação à suplementação de vitamina A especialmente em crianças
com quadros de diarreia, sarampo, infecções respiratórias. Outros estudos
também têm apontado para um papel protetor da suplementação de vitamina A em
relação à mortalidade em crianças com AIDS.
• Há evidências de que a
suplementação de vitamina A em crianças esteja associada com redução em torno
de 23% a 30% na mortalidade geral de crianças com idade entre seis meses a
cinco anos.
• Na suplementação de vitamina A
em crianças que possuem bócio, devido à deficiência de vitamina A e iodo, foi
observado que aumentou os níveis séricos de retinol e reduziu o excesso de TSH,
reduzindo o risco de bócio e suas consequências.
• Na gestação a suplementação de
vitamina A é indicada para elevar os níveis de vitamina no leite materno e nos
recém nascidos, e assim reduzir a mortalidade dos mesmos em 22%.
• A suplementação de vitamina A e
outros antioxidantes em indivíduos com câncer observou que, diminuiu o risco de
mortalidade, principalmente do câncer cólon-retal e a resposta tumoral e
diminui a toxicidade durante a quimioterapia.
Riscos de super dosagens
• Verifica-se que há um mecanismo catabólico que permite a excreção do excesso de retinol. Porém, com ingestões muito altas, esse sistema se satura, o que pode ser um dos aspectos da toxicidade do retinol, desde que não haja mais capacidade para seu catabolismo e excreção. Os ésteres de retinila armazenados nas células estrelares do fígado são vagarosamente liberados para as células do parênquima para o catabolismo, e o retinol têm efeito tóxico crônico considerável.
Fatores genéticos
O betacaroteno é encontrado em vegetais laranja, vermelho, verde ou roxo. É uma provitamina, o que significa que precisa de ser ativada pelo gene BCMO1, cuja função é converter o betacaroteno em retinal, e, por sua vez, em ácido retinóico. Algumas pessoas têm variantes genéticas que podem reduzir essa conversão em mais de 50%. Um bronzeado onde a sua pele fica laranja pode indicar uma má conversão, que impede a sua capacidade de converter beta caroteno em vitamina A. Os vegetarianos e veganos com estas variantes genéticas em BCMO1 devem falar com o seu médico ou nutricionista para garantir que seus níveis de vitamina A não estejam tão baixos.
Fontes alimentares
Alimentos (100g) | Quantidade de vitamina A (retinol) |
---|---|
Fígado bovino grelhado | 10700 mcg |
Queijo Brie | 329 mcg |
Manteiga | 565 mcg |
Queijo ricota | 120 mcg |
Ovo cozido | 149 mcg |
Leite integral | 56 mcg |
Óleo de fígado de bacalhau | 30000 mcg |
Alimentos ricos em betacaroteno (100 g) | Betacaroteno (mcg) |
---|---|
Acerola | 2600 |
Manga tommy | 1400 |
Melão | 2200 |
Melancia | 470 |
Mamão formosa | 610 |
Pêssego | 330 |
Goiaba | 420 |
Maracujá | 610 |
Brócolis | 1600 |
Abóbora | 2200 |
Cenoura | 2900 |
Couve manteiga | 3800 |
Suco de tomate | 540 |
Extrato de tomate | 1100 |
Espinafre | 2400 |
Batata doce | 11508 |
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